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Obesidade infantil – por que devemos nos preocupar?

As crianças muitas vezes estão acima do peso sem que isto seja percebido pela família. Não é raro ver os pais se surpreenderem no consultório ao falarmos que seus filhos estão obesos.

Mas, obesidade infantil, assim como a obesidade nos adultos, já é vista como um problema de saúde pública.

Muito além da forma física

Além de efeitos psicológicos e na interação social que vemos em algumas crianças obesas, as doenças associadas ao ganho de peso como o diabetes, a hipertensão ou a dislipidemia (colesterol alto) já podem aparecer nesta faixa etária.

A obesidade já atinge cerca de 10% das nossas crianças e adolescentes, e elas estão sob grande risco de serem obesas na vida adulta, principalmente aquelas com obesidade acentuada e as que tem história familiar.

Se os números não param de crescer, o que estamos fazendo de errado?

As crianças estão cada vez mais sedentárias e passando cada vez mais tempo na frente de telas. Além disso, a alimentação está cada vez mais rica em ultraprocessados, menos variada e com um número de calorias bem acima do necessário.

Como mudar, então?

Precisamos estimular a atividade física como um hábito. Para crianças e adolescentes, a necessidade é de 60 minutos diariamente. Lembrando que para quem está sedentário, podemos e devemos começar aos poucos e aumentar gradativamente – Qualquer quantidade, mesmo que pequena, é superior ao sedentarismo!

Além dos exercícios, precisamos diminuir o tempo em frente à TV, computadores e celulares. O tempo máximo recomendado varia de acordo com a faixa etária, mas como regra, não deveria exceder 2 horas diárias.

E, por fim, mas não menos importante, devemos investir numa alimentação variada, com muitas frutas e vegetais e diminuir o acesso aos alimentos ricos em gordura, açúcar, corantes e conservantes.

Crianças podem tomar medicações para emagrecer?

Existem algumas medicações que podem ser utilizadas em casos selecionados e têm saído novas pesquisas nesta área com relativa frequência.

Quem pode ajudar?

É extremamente importante o apoio da família para que aos hábitos sejam verdadeiramente modificados. Se para adultos ter apoio é bastante interessante, para as crianças é fundamental.

Muitas vezes é necessária também uma equipe multidisciplinar com profissionais como o endocrinologista pediátrico, nutricionista, educador físico e/ou psicólogo para conseguirmos um resultado adequado e, sobretudo, duradouro.

Mudar os hábitos aumenta a longevidade!

Precisamos cuidar dos hábitos das nossas crianças para que elas tenham um futuro longevo, com boa qualidade de vida e saúde!

Crianças podem ter aterosclerose?

O sedentarismo e a má alimentação estão cada vez mais presentes na nossa população. Junto com estes maus hábitos, surgem inúmeras condições que aumentam o risco de apresentarmos doenças cardiovasculares como os infartos e “derrames” (acidentes vasculares cerebrais).

As alterações cardiometabólicas começam cedo

Atualmente, há evidências que o comprometimento vascular se inicia ainda dentro do útero e que as crianças que apresentam algum fator de risco, provavelmente o apresentarão também na idade adulta.

Embora estas sejam notícias ruins, a infância e a adolescência são as fases da vida onde temos maior chance de prevenção da aterosclerose pois as crianças revertem a aterosclerose mais facilmente que o adulto.

Como prevenir a doença cardiovascular nas crianças?

Iniciar e manter bons hábitos desde o início da vida é a melhor maneira de formar indivíduos saudáveis.

Nutrição

A Nutrição é a base da promoção de saúde nas crianças e adolescentes. Considerando que o hábito alimentar é formado até anos 7 anos de idade, podemos perceber a importância de oferecermos uma alimentação saudável e variada desde o início.

Deve ser aumentada a oferta dos alimentos in natura, principalmente frutas, verduras e legumes e restringida a de sal, gorduras e açúcares,

Atividade física

A Atividade física é um importante fator protetor na prevenção de doenças cardiovasculares. Está associada a melhores níveis de colesterol, da pressão arterial e da saúde metabólica como um todo.  Melhora também a saúde óssea, o estado nutricional, a função cognitiva e diminui o risco de depressão.

O exercício físico deve ser estimulado desde cedo e mantido por toda a vida.

Tabagismo

Quase 20% dos adolescentes no Brasil já experimentaram fumar cigarros.

Precisamos estar atentos e prevenir este hábito, lembrando que quase 90% dos fumantes iniciaram o tabagismo antes dos 18 anos.

É importante ressaltar os riscos do tabagismo passivo e, nestes casos, orientar e tratar os pais e ou cuidadores para abandonar este vício.

Obesidade

O sobrepeso e a obesidade crescem a cada dia na população geral e não é diferente entre as crianças e adolescentes. Decorre da interação de fatores genéticos e ambientais, principalmente o sedentarismo e o consumo de calorias em excesso.

Precisamos intervir no peso o quanto antes, preferencialmente com adesão de toda a família e mudança no ambiente onde a criança ou adolescente vive.

Outros distúrbios associados

É necessário também rastrear outras alterações como os níveis de colesterol, níveis da pressão arterial, distúrbios do sono, presença de esteatose (fígado gorduroso), presença de diabetes mellitus ou de outras doenças endócrinas.

Conscientização é a solução

Muitas vezes estes hábitos descritos acima são subvalorizados e a mudança necessária não é formalmente incentivada para a população pediátrica.

Muitas vezes os pais (e os avós) sentem pena e se recusam a fazer restrições na alimentação.

Precisamos estar atentos pois estas crianças e adolescentes estão precisando de ajuda. Estas alterações impactam significativamente na sua saúde ao longo de toda a vida.

E não esqueçamos que a prevenção e tratamento precoce são as melhores armas que temos para que nossas crianças e adolescentes possam crescer e envelhecer com saúde e qualidade de vida.

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