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Você conhece os tipos de fome?

Muitos são os motivos pelos quais nos alimentamos.

E, costumo dizer, que a fome propriamente dita é um dos últimos.

Mas, você sabe diferenciar quando é fome e quando é vontade de comer?

Comemos nossos sentimentos e emoções, comemos por pertencer a determinado grupo, por hábito…

Vamos falar, então, sobre os tipos de fome?

Fome emocional

A fome emocional envolve uma sensação de recompensa ou de compensação por uma situação emocional específica, seja ela boa ou ruim.

Muitas vezes ela começa após situações de estresse, ansiedade, angústia ou uma grande conquista.

Não apresenta sintomas físicos de fome. Normalmente são escolhidos alimentos calóricos, açucarados ou com outros carboidratos pois estes estimulam áreas cerebrais ligadas ao prazer.

Pode estar associada a episódios compulsivos e ser seguida por sentimentos de culpa.

Fome específica

É aquela vontade de comer algum alimento específico. Muitas vezes é associada a memorias afetivas como as comidas da infância ou de uma viagem inesquecível.

Em grande parte das vezes é saciada por pequenas porções de alimento.

Fome social

É aquela vontade de comer (muitas vezes exageradamente)  naqueles encontros onde há grande quantidade de comida disponível.

Geralmente ocorre naqueles momentos de descontração e encontro de amigos como festas e eventos, ou naquele café da manhã de hotel, cheio de quitutes e outras pessoas comendo.

Fome fisiológica

Esta é a fome propriamente dita!

Sensação que surge devido às nossas necessidades nutricionais.

Costuma vir acompanhada de sintomas físicos como a barriga roncando, fraqueza e até mesmo dor de cabeça ou tontura.

Ela não é específica e não está relacionada às situações emocionais, desta forma, qualquer alimento que agrade minimamente nosso paladar será aceito.

Posso ter todos estes tipos de fome?

Sim! É normal sentirmos todos estes tipos de fome desde que isso ocorra de  forma equilibrada.

Se não estivermos conseguindo controlar e comendo muito mais por motivos não fisiológicos precisamos procurar ajuda e reestabelecer uma relação saudável com a comida!

E você, tem fome de quê?

Obesidade infantil – por que devemos nos preocupar?

As crianças muitas vezes estão acima do peso sem que isto seja percebido pela família. Não é raro ver os pais se surpreenderem no consultório ao falarmos que seus filhos estão obesos.

Mas, obesidade infantil, assim como a obesidade nos adultos, já é vista como um problema de saúde pública.

Muito além da forma física

Além de efeitos psicológicos e na interação social que vemos em algumas crianças obesas, as doenças associadas ao ganho de peso como o diabetes, a hipertensão ou a dislipidemia (colesterol alto) já podem aparecer nesta faixa etária.

A obesidade já atinge cerca de 10% das nossas crianças e adolescentes, e elas estão sob grande risco de serem obesas na vida adulta, principalmente aquelas com obesidade acentuada e as que tem história familiar.

Se os números não param de crescer, o que estamos fazendo de errado?

As crianças estão cada vez mais sedentárias e passando cada vez mais tempo na frente de telas. Além disso, a alimentação está cada vez mais rica em ultraprocessados, menos variada e com um número de calorias bem acima do necessário.

Como mudar, então?

Precisamos estimular a atividade física como um hábito. Para crianças e adolescentes, a necessidade é de 60 minutos diariamente. Lembrando que para quem está sedentário, podemos e devemos começar aos poucos e aumentar gradativamente – Qualquer quantidade, mesmo que pequena, é superior ao sedentarismo!

Além dos exercícios, precisamos diminuir o tempo em frente à TV, computadores e celulares. O tempo máximo recomendado varia de acordo com a faixa etária, mas como regra, não deveria exceder 2 horas diárias.

E, por fim, mas não menos importante, devemos investir numa alimentação variada, com muitas frutas e vegetais e diminuir o acesso aos alimentos ricos em gordura, açúcar, corantes e conservantes.

Crianças podem tomar medicações para emagrecer?

Existem algumas medicações que podem ser utilizadas em casos selecionados e têm saído novas pesquisas nesta área com relativa frequência.

Quem pode ajudar?

É extremamente importante o apoio da família para que aos hábitos sejam verdadeiramente modificados. Se para adultos ter apoio é bastante interessante, para as crianças é fundamental.

Muitas vezes é necessária também uma equipe multidisciplinar com profissionais como o endocrinologista pediátrico, nutricionista, educador físico e/ou psicólogo para conseguirmos um resultado adequado e, sobretudo, duradouro.

Mudar os hábitos aumenta a longevidade!

Precisamos cuidar dos hábitos das nossas crianças para que elas tenham um futuro longevo, com boa qualidade de vida e saúde!

O que é efeito rebote? Será que ele é real?

Comumente escutamos que se usarmos medicação para emagrecer, recuperaremos todo o peso perdido quando pararmos.

Ou, ainda pior, ouvimos que engordaremos mais, atingindo um peso superior ao inicial.

Este seria o efeito “rebote” e é utilizado como argumento para afirmar que as medicações para obesidade não funcionam.

Será que isto é verdade?

Não há nenhuma evidência científica, baseada em estudos, de que as medicações que hoje são aprovadas para emagrecer sejam capazes de provocar “rebote”.

Mas por que muitos pacientes voltam a engordar?

Porque as medicações tratam, mas não curam o problema. E isto ocorre com inúmeras outras doenças crônicas.

As pessoas hipertensas (que tem pressão alta), por exemplo, se pararem suas medicações verão a pressão aumentar novamente.

Mas ninguém diz para um hipertenso parar de usar seus remédios ou que aquela medicação causa rebote.

Por que, então fazem isto com os obesos?

Porque a obesidade é tratada com preconceito, como se não fosse uma doença influenciada por inúmeros fatores.

Muitos ainda enxergam o obeso como um indivíduo desleixado e sem foco.

Como podemos melhorar esta situação?

Primeiro, adquirindo conhecimento. Precisamos estar cientes de que quando ocorre a perda de peso, nosso apetite aumenta e nosso gasto energético diminui .

Então, ao pararmos a medicação, na ausência do controle da fome, da saciedade ou da ansiedade, se voltarmos a comer no mesmo padrão de antes da perda de peso, é bem provável que recuperemos todo o peso perdido.

Resposta do nosso corpo à perda de peso

A queda do metabolismo e o aumento do apetite são respostas normais do nosso corpo à perda de peso

É o nosso organismo e não a ausência do remédio que predispõe à recuperação do peso.

E isso é mais uma prova de que obesidade é uma doença crônica e que, como tal, precisa de tratamento prolongado e, às vezes, para o resto da vida.

Então, sempre precisarei manter as medicações?

Em alguns casos as medicações continuarão sendo prescritas de forma contínua. Em outros, poderemos trocar o remédio ou até mesmo suspendê-lo.

Já os hábitos de vida mais saudáveis e o acompanhamento médico devem ser mantidos sempre.

Não existe efeito rebote

Assim, podemos afirmar que não existe efeito rebote, mas sim uma tendência da “doença obesidade” em nos fazer voltar para o peso inicial.

Você sabia que usar suplementos e vitaminas pode aumentar o risco de doença cardiovascular e câncer?

Os micronutrientes – vitaminas e minerais – encontrados nos alimentos que consumimos são extremamente necessários para o funcionamento adequado do nosso organismo.

Mas será que a suplementação destes nutrientes também é benéfica?

O uso de suplementos vitamínicos e minerais nunca será capaz de substituir uma dieta equilibrada ou de compensar um estilo de vida ruim.

Mas por que todo mundo usa?

A indústria destes produtos movimenta US$30 bilhões por ano nos Estados Unidos (não temos estes dados daqui do Brasil) e 52% dos americanos utiliza pelo menos um suplemento.

É um valor muito alto e um trabalho enorme de marketing.

Mas será que não ajudariam nem um pouquinho?

A maioria dos estudos randomizados não demonstra benefício no uso de vitaminas para prevenção ou tratamento de doenças crônicas.

E o pior é que alguns podem estar associados a aumento de morte por doença cardiovascular e de cânceres de próstata e pulmão.

Mas nós nunca devemos consumi-los?

Os micronutrientes dos alimentos são tipicamente melhor absorvidos pelo nosso corpo, com chance infinitamente menor de nos trazer problemas.

Suplementação rotineira não é recomendada para a população, mas são apropriadas em algumas idades e grupos de risco.

Existem sim situações onde suplementar é necessário e recomendado. São aquelas fases da vida onde temos necessidades especiais ou quando apresentamos alguma patologia que atrapalhe a absorção dos alimentos.

Quando, então, devemos suplementar?

Na gestação (e mesmo antes, ao planejar engravidar), nos lactentes (bebês que estão sendo amamentados), nos idosos e indivíduos com alimentação muito restrita, em pacientes com doenças intestinais ou que foram submetidos a cirurgia bariátrica, pacientes com osteoporose, anemias, uso crônico de algumas medicações (como a metformina – para diabetes, omeprazol – para o estômago ou os corticóides)…

Enfim, há sim inúmeras situações onde podemos utilizar estas substâncias segurança, mas não de forma generalizada.

Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio.

Que possamos ter uma vida equilibrada com uma alimentação rica e variada que seja capaz de suprir nossas necessidades, prevenindo doenças e nos possibilitando viver mais e melhor. E que a suplementação seja feita de forma orientada, baseada em evidências e nas quantidades apropriadas para cada indivíduo.

Não use suplementos sem necessidade pois você perderá dinheiro e saúde!

Saiba como é feito o diagnóstico de Diabetes Mellitus

O Diabetes Mellitus é uma doença extremamente comum e que cresce a cada dia em todas as regiões do mundo.

Embora este crescimento seja conhecido, muitos indivíduos desconhecem seu diagnóstico.

A OMS – Organização Mundial da Saúde – estima que quase metade dos diabéticos do mundo, não tenham tido um diagnóstico estabelecido, ou seja, ainda não saibam ser diabéticos e, desta forma, não recebem tratamento adequado.

Mais quais seriam os sintomas de diabetes?

Na maioria das vezes, o quadro é assintomático. Mas, alguns sinais e sintomas nos fazem suspeitar da presença de diabetes – são eles:

– Poliúria, polidpsia e polifagia, que são aumento da frequência urinária, da sede e da fome.

– Perda de peso, rápida e inexplicada, mesmo com o paciente frequentemente comendo mais devido ao aumento da apetite.

– Turvação visual.

– Aumento de infeções como infecções urinárias e candidíase vaginal (infecção vaginal causada por fungos).

Mas, a grande maioria dos pacientes com diabetes é assintomática e tem o diagnóstico nos exames de rotina.

Então, quem deve ser investigado?

As pessoas que apresentam fatores de risco para diabetes devem ser investigadas independente da presença de sintomas.

Pertencem a este grupo de “suspeitos” os sedentários, os indivíduos obesos, com doença cardiovascular, aqueles com familiares de primeiro grau com diabetes, hipertensos, dislipidêmicos (com alterações do colesterol), as mulheres com síndrome dos ovários policísticos ou histórico de diabetes gestacional.

E na ausência destes fatores, todo mundo com mais de 45 anos.

E como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico pode ser feito de quatro maneiras:

– Dosagem da glicemia (nível de glicose no sangue) acima de 126 mg/dl.

– Teste de tolerância a glicose maior que 200 mg/dl – neste teste, a glicemia é dosada 2 horas após ingestão de dextrosol (um tipo de açúcar) pelo paciente.

– HbA1c acima de 6,5% – este é um marcador que avalia a média da glicose dos últimos 3 meses.

– Glicemia em qualquer horário maior que 200mg/dl – independente de jejum.

Para diagnóstico de certeza, sempre devemos ter duas medidas, em dias diferentes.

A repetição é dispensada apenas nos indivíduos que apresentam os sintomas acima descritos e alterações significativas da glicemia.

Faça seus exames regularmente

Se você faz parte do grupo de risco, tem mais de 45 anos ou apresenta sintomas, não deixe de procurar ajuda!

O diagnóstico e tratamento adequados são imprescindíveis para a manutenção da saúde e qualidade de vida!

Por que não colocamos em prática as atitudes saudáveis que precisamos?

Você não precisa mudar sua vida inteirinha de uma vez! Todo hábito pode surgir de uma pequena mudança. O que precisamos é constância!

Vamos enfrentar a realidade: a maioria de nós já sabe todas as atitudes saudáveis ​​que deveríamos tomar, mas a maior dificuldade que temos é colocá-las em prática.

E por que é tão difícil começar?

Porque muitas vezes sonhamos com um objetivo tão grande que nos sentimos incapazes de alcançá-los.

E essa sensação de incapacidade nos faz desistir antes de começarmos a ver resultados.

Então, o que devemos fazer?

Em vez disso, precisamos pensar pequeno. Isso mesmo! Precisamos criar metas pequenas e alcançáveis, pois sucesso atrai sucesso!

Quanto mais objetivos conseguimos alcançar, maior nosso estímulo para seguir nesse caminho.

Qualquer grande mudança pode começar com pequenas mudanças. Isso funciona melhor para atingir objetivos ou estabelecer hábitos.

Começar devagar nos permite contornar a resistência do nosso cérebro a novos comportamentos e ao mesmo tempo acalmar nossos medos, frustrações e nossa autocrítica.

O que podemos fazer para evitarmos nossa autocrítica e começarmos a ficar mais saudáveis?

Identificar pequenos passos que requerem esforço mínimo para serem alcançados. Quanto menor o passo, menos desculpas você poderá dar para não fazê-lo.

Precisamos escolher algo fácil de fazer diariamente. Algo que não nos exija força de vontade ou grandes esforços. Após começarmos a repeti-lo, ela vai se tornando automático e acaba virando um hábito.

A partir deste momento, vamos incorporando novos passos até atingirmos objetivos maiores.

Oraganize seu ambiente

Tente facilitar a sua vida para tornar mais fácil a execução do novo hábito. Tente deixar alimentos limpos e cortados previamente para facilitar  cozinhar em casa ou o tênis ao lado da cama para calçá-los e se exercitar logo após acordar.

Remova pequenos obstáculos que possam fazer você perder tempo ou tornar sua tarefa mais difícil. Prepare-se e será mais fácil conseguir se manter firme em sua meta.

Accountability

Por definição, accountability seria prestação de contas. Na prática, é ter alguém alguém com quem você possa contar e conversar sobre suas dificuldades e conquistas, e que possa te estimular a se manter no foco.

Isto pode ajudá-lo a se manter motivado.

Pode ser algum amigo, familiar ou mesmo um profissional, seu médico ou personal trainer, por exemplo.

Comemore cada pequena vitória

Tente celebrar suas conquistas e se presenteie com pequenos prazeres como sair com um amigo, assistir um filme ou fazer uma massagem.

Não ponha sua atenção no que falta conquistar mas nas metas que você já atingiu.

Procure ajuda

Se você não está conseguindo mudar sozinho, peça ajuda.

Médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais da educação física são pessoas treinadas para te ajudar. Escolha entre aqueles que têm estilos de trabalho semelhantes aos seus valores e confie nas suas orientações.

Juntos vocês podem com muitos pequenos passos chegar muito longe!

Seja amável com você mesmo

Trate de você como você trata aqueles que você ama!

E não desista! Quem chega mais longe é aquele não desiste no meio do caminho. Siga sempre em frente. Direção é mais importante que velocidade!

Distúrbios Alimentares: Por que precisamos falar sobre isso?

Os transtornos alimentares são doenças graves marcadas por sérios distúrbios no comportamento alimentar do indivíduo. Não são uma escolha de estilo de vida. São patologias com bases biológicas.

Podem se manifestar através de obsessões com a comida, atenção exagerada ao peso e à forma corporal.

Quem corre risco de desenvolver transtornos alimentares?

Os transtornos alimentares podem afetar pessoas de todas as idades, etnias, pesos corporais e sexos.

Embora os transtornos alimentares frequentemente apareçam durante a adolescência ou na idade adulta, eles também podem se desenvolver durante a infância ou mais tarde na vida (40 anos ou mais).

Não há necessariamente uma aparência física de doença. As pessoas com transtornos alimentares podem parecer saudáveis, mas estar extremamente doentes.

Por que isto acontece?

A causa exata dos transtornos alimentares não é totalmente compreendida, mas pesquisas sugerem que são provenientes de uma combinação de fatores genéticos, biológicos, comportamentais, psicológicos e sociais.

Quais são os tipos mais comuns de transtornos alimentares?

Os transtornos alimentares comuns incluem anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno da compulsão alimentar periódica.

Anorexia Nervosa

Indivíduos com anorexia nervosa evitam os alimentos, restringem severamente ou comem quantidades muito pequenas de apenas alguns alimentos. Mesmo quando estão perigosamente abaixo do peso, podem se considerar acima do peso. Elas também podem se pesar repetidamente.

Bulimia

Pessoas com bulimia têm episódios recorrentes de ingestão de grandes quantidades de alimentos e sensação de falta de controle sobre esses episódios.

Essa compulsão alimentar é seguida por comportamentos que compensam os excessos, como vômitos forçados, uso excessivo de laxantes ou diuréticos, jejum, exercícios intensos ou uma combinação desses comportamentos.

Ao contrário das pessoas com anorexia nervosa, as pessoas com bulimia nervosa podem manter um peso normal ou estar acima do peso.

Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica

Pessoas com transtorno da compulsão alimentar periódica perdem o controle sobre sua alimentação e ingerem grandes quantidades de comida.

Ao contrário da bulimia nervosa, os períodos de compulsão alimentar não são seguidos por purgação, exercícios excessivos ou jejum.

Como resultado, indivíduos nesta condição costumam ter sobrepeso ou obesidade.

Como os transtornos alimentares são tratados?

O tratamento para transtornos alimentares inclui psicoterapia, acompanhamento médico e nutricional, medicamentos ou uma combinação dessas abordagens.

Os objetivos do tratamento incluem restaurar a nutrição adequada, reestabelecer um peso saudável e interromper os comportamentos de compulsão alimentar e purgação.

Por que tratar?

Pessoas com distúrbios alimentares têm grande risco de complicações clínicas e podendo apresentar muitas doenças associadas.

Além disso, também têm maior risco de suicídio e de outros transtornos mentais (como depressão ou ansiedade) e problemas com álcool ou drogas.

A anorexia nervosa tem a maior taxa de mortalidade (morte) de qualquer transtorno mental devido às condições médicas e complicações associadas à fome. Em comparação, pessoas com outros transtornos alimentares têm maior incidência de suicídio.

É importante buscar tratamento precoce para transtornos alimentares pois podemos observar a gravidade dos mesmos e o quão importante é estabelecer o tratamento adequado.  

Se você não tem uma boa relação com a comida (ou conhece alguém assim), procure ajuda! Felizmente, devemos saber que o tratamento é eficaz e a recuperação completa é possível.

Stress engorda?

Será que o estresse é capaz de nos fazer engordar?

Sim, infelizmente isto pode acontecer!

Quando estamos estressados, como mecanismo de defesa e adaptação, nosso organismo modifica a secreção de algumas substâncias. Entre elas, apresentamos níveis elevados de cortisol e adrenalina*. 

Por que estas alterações acontecem?

Isto é um mecanismo de defesa e é de extrema importância na nossa evolução e para nossa proteção e sobrevivência. Acontece porque as situações de estresse sinalizam para o nosso corpo que precisamos nos preparar para enfrentar (ou fugir) do perigo a que estamos expostos.

Mesmo que este perigo do ponto de vista físico não seja real.

Quais são as consequências destas alterações?

O aumento destas substâncias faz com que nosso coração dispare, a pressão arterial aumente e os níveis de glicose subam.

E, embora no estresse agudo, quebremos a gordura (lipólise) para usar como energia, quando os níveis de cortisol são elevados cronicamente, podem levar a lipogênese, ou seja, aumento da massa de gordura, principalmente na região visceral.

E o nosso apetite?

Ocorre um aumento do nosso apetite que faz com que comamos maiores quantidades.

Ainda há modificações no nosso paladar, influenciando nas nossas preferências alimentares: passamos a escolher alimentos com maior aporte calórico e grandes quantidades de gordura e açúcar.

Estresse agudo x estresse crônico

Enquanto o estresse agudo costuma nos proteger de possíveis perigos reais, o estresse crônico nos traz enormes prejuízos.

Estar cronicamente em estado de alerta pode facilitar nosso ganho de peso e este é mais um motivo para cuidarmos da nossa saúde mental!

*Esta avaliação do estresse crônico é subjetiva e os aumentos do cortisol não são identificados nas dosagens laboratoriais de rotina.

Crianças podem ter aterosclerose?

O sedentarismo e a má alimentação estão cada vez mais presentes na nossa população. Junto com estes maus hábitos, surgem inúmeras condições que aumentam o risco de apresentarmos doenças cardiovasculares como os infartos e “derrames” (acidentes vasculares cerebrais).

As alterações cardiometabólicas começam cedo

Atualmente, há evidências que o comprometimento vascular se inicia ainda dentro do útero e que as crianças que apresentam algum fator de risco, provavelmente o apresentarão também na idade adulta.

Embora estas sejam notícias ruins, a infância e a adolescência são as fases da vida onde temos maior chance de prevenção da aterosclerose pois as crianças revertem a aterosclerose mais facilmente que o adulto.

Como prevenir a doença cardiovascular nas crianças?

Iniciar e manter bons hábitos desde o início da vida é a melhor maneira de formar indivíduos saudáveis.

Nutrição

A Nutrição é a base da promoção de saúde nas crianças e adolescentes. Considerando que o hábito alimentar é formado até anos 7 anos de idade, podemos perceber a importância de oferecermos uma alimentação saudável e variada desde o início.

Deve ser aumentada a oferta dos alimentos in natura, principalmente frutas, verduras e legumes e restringida a de sal, gorduras e açúcares,

Atividade física

A Atividade física é um importante fator protetor na prevenção de doenças cardiovasculares. Está associada a melhores níveis de colesterol, da pressão arterial e da saúde metabólica como um todo.  Melhora também a saúde óssea, o estado nutricional, a função cognitiva e diminui o risco de depressão.

O exercício físico deve ser estimulado desde cedo e mantido por toda a vida.

Tabagismo

Quase 20% dos adolescentes no Brasil já experimentaram fumar cigarros.

Precisamos estar atentos e prevenir este hábito, lembrando que quase 90% dos fumantes iniciaram o tabagismo antes dos 18 anos.

É importante ressaltar os riscos do tabagismo passivo e, nestes casos, orientar e tratar os pais e ou cuidadores para abandonar este vício.

Obesidade

O sobrepeso e a obesidade crescem a cada dia na população geral e não é diferente entre as crianças e adolescentes. Decorre da interação de fatores genéticos e ambientais, principalmente o sedentarismo e o consumo de calorias em excesso.

Precisamos intervir no peso o quanto antes, preferencialmente com adesão de toda a família e mudança no ambiente onde a criança ou adolescente vive.

Outros distúrbios associados

É necessário também rastrear outras alterações como os níveis de colesterol, níveis da pressão arterial, distúrbios do sono, presença de esteatose (fígado gorduroso), presença de diabetes mellitus ou de outras doenças endócrinas.

Conscientização é a solução

Muitas vezes estes hábitos descritos acima são subvalorizados e a mudança necessária não é formalmente incentivada para a população pediátrica.

Muitas vezes os pais (e os avós) sentem pena e se recusam a fazer restrições na alimentação.

Precisamos estar atentos pois estas crianças e adolescentes estão precisando de ajuda. Estas alterações impactam significativamente na sua saúde ao longo de toda a vida.

E não esqueçamos que a prevenção e tratamento precoce são as melhores armas que temos para que nossas crianças e adolescentes possam crescer e envelhecer com saúde e qualidade de vida.

Adoçantes fazem mal?

Volta e meia surgem novas polêmicas associadas ao uso de adoçantes… Seriam eles capazes de impedir nosso ganho de peso? São prejudiciais à saúde?

Adoçantes são seguros?

Os adoçantes são muito utilizados principalmente pelos pacientes diabéticos e por aqueles que querem controlar o peso, mas será que são seguros?  

Vários estudos já foram realizados demonstrando que os adoçantes são seguros para uso inclusive em gestantes e crianças.

Não há relação com câncer como já foi pensado anteriormente, mas algumas descobertas mais recentes nos indicam que não devemos consumi-los em excesso.

Posso usar adoçante livremente?

Os adoçantes artificiais parecem ser úteis como ferramenta para ajudar a abandonar o hábito de consumir muito açúcar e por não terem calorias parecem ajudar no controle do peso.

Mas, em grandes quantidades e por longos períodos, são capazes de apresentar alguns efeitos metabólicos indesejados.

Bebidas adoçadas não são água

Um estudo realizado na Universidade da Carolina do Norte mostrou que quando as bebidas açucaradas são substituídas por água, há melhora nos níveis de açúcar no sangue, o mesmo não aconteceu quando a substituição foi feita por bebidas dietéticas.

Assim, não devemos consumir as bebidas adoçadas com muita frequência muito menos substituir água por elas.

Todos os adoçantes são iguais?

Um outro estudo realizado em 2019 pela Universidade de Purdue comparou o uso de sucralose, aspartame, estévia, sacarina e açúcar.

Houve perda de peso discreta com os três primeiros (sucralose, aspartame e estévia) e ganho de peso com sacarina e açúcar.

Não está claro porque a sacarina teve impacto negativo no ganho de peso, mas parece que os adoçantes podem estimular mudanças deletérias não nossa microbiota intestinal, interferir no controle do açúcar e influenciar os níveis de insulina. Além disso, seu uso regular aumenta a preferência por alimentos intensamente doces.

Também há estudos com a sucralose demonstrando que seu consumo promove resistência insulínica em pessoas com peso normal, aumentando o risco de diabetes.

As pessoas com maior obesidade abdominal parecem responder melhor à substituição do açúcar pelo adoçante que as pessoas sem acúmulo de gordura central.

Mas, então, o que devo fazer?

Provavelmente os adoçantes são melhores que o açúcar, mas isso não quer dizer que sejam bons! Sempre que possível devemos preferir alimentos não adoçados, treinando nosso paladar aos sabores menos adocicados.

Os alimentos doces devem ser consumidos com moderação, independente de terem calorias ou não!

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